Cinco obras que mostram potencial de Pirenópolis como cenário de grandes produções

Cinco obras que mostram potencial de Pirenópolis como cenário de grandes produções

Tudo começou no final da década de 1960, mais precisamente no ano de 1969, quando Pirenópolis foi cenário para uma das obras primas na produção cinematográfica em Goiás: o filme "Simeão, o Boêmio". Dirigido e produzido pelo mineiro João Bennio, que depois se radicou no Estado, o longa-metragem traz Piri como plano de fundo para a história de Simeão, um homem simples que era tratado com deboche por quase todo mundo, inclusive as autoridades locais, que chegam a armar para expulsá-lo da cidade. Mas tudo muda após a fuga da filha de um importante político. A jovem foge para casar-se com o filho de um oponente político do pai. O que ninguém esperava é que seria justamente o simples e brincalhão Simão a salvar a moça de toda a difamação.

Essa história se mantém viva até hoje entre os pirenopolinos, principalmente entre aqueles que participaram da película como figurantes. E foi graças a esse filme de João Bennio que a sempre charmosa Pirenópolis teve seu potencial cinematográfico descoberto.


Além de produções locais que marcaram a história do cinema goiano, a cidade foi e segue sendo cenário de diversas produções audiovisuais nacionais e até internacionais, entre longas-metragens, curtas, novelas e documentários.

Mais do que agitar a cidade com equipamentos de filmagens e a presença de grandes artistas, essas obras ajudam a levar as belezas de Piri a outras fronteiras e com isso fomenta o turismo na cidade. Ficou curioso? Então confira a seguir cinco grandes produções para as quais Pirenópolis serviu de cenário, entre elas há, inclusive, uma internacional:

Estrela-Guia (2001)

Há mais de 20 anos Pirenópolis serviu de locação para a novela Estrela-Guia e até hoje há quem visite a cidade à procura da “cachoeira da Sandy". Isso porque a famosa cantora foi quem viveu o papel de Cristal, uma jovem criada em uma comunidade alternativa do interior de Goiás. Entre as principais cenas da trama escrita por Ana Maria Moretzsohn, estão as belíssimas imagens gravadas nas cachoeiras do Lázaro, do Abade e Santa Maria, da Reserva Vargem Grande. As tradicionais Cavalhadas e Festa do Divino foram reproduzidas em alguns dos capítulos da novela. No elenco, além de Sandy, o internacional Rodrigo Santoro, que na produção interpretou o rebelde motociclista Carlos Charles Pimenta que se apaixona por Cristal.

2 Filhos de Francisco (2005)

Pirenópolis também serviu de palco para um dos maiores fenômenos de bilheteria do cinema brasileiro: “Dois Filhos de Francisco”, do diretor Breno Silveira. O sucesso da trama, que conta a história da dupla sertaneja goiana Zezé Di Camargo e Luciano, foi tanto que só no ano de lançamento a obra foi vista por mais de 5,3 milhões de pessoas nas salas de cinema. A biografia de Zezé Di Camargo e Luciano é contada sobre a ótica dos pais dos dois irmãos que compõe a dupla, Dona Helena e Seu Francisco, respectivamente interpretados por Dira Paz e ngelo Antônio, que pelo filme ganhou o troféu Grande Prêmio do Cinema Brasileiro. E nesta mesma premiação, a obra foi indicada em outras dez categorias, incluindo a de melhor filme.
Além de cenas do Sítio Novo, fazenda onde os cantores nasceram e cresceram, assim como seu pai Francisco Camargo, o longa traz imagens do distrito de Capela do Rio do Peixe, inclusive das festas realizadas na vila e das primeiras apresentações dos irmãos Mirosmar e Emival. Dirigido por Breno Silveira, o filme chega a ser considerado uma verdadeira aula de brasilidade.


Em Família (2014)

Pirenópolis também deu cara à fictícia Esperança, cidade que fazia parte da trama de “Em Família”, telenovela de 2014 assinada pelo autor Manoel Carlos. O município serviu de palco para os primeiros capítulos da história que tinha como protagonistas os primos Laerte, vivido nas três fases da obra por Eike Duarte, Guilherme Leicam e Gabriel Braga Nunes; e Helena, interpretada por Julia Dalavia, Bruna Marquezine e Julia Lemmertz. A trama se inicia nos anos 1980, no interior de Goiás, e segue até 2014, sendo encenada também no famoso bairro da zona sul do Rio de Janeiro, o Leblon; e em Viena, na Áustria. Um cenário rico, mas que mantivesse os costumes regionais, foram essas características que fizeram com que os produtores da telenovela escolhessem a bucólica Pirenópolis para suas primeiras locações. As igrejas e casarões centenários da cidade estiveram entre as grandes atrações dos primeiros capítulos de “Em Família”, que também teve a capital Goiânia como cenário. Outra atração de Pirenópolis que ganhou destaque na produção global foi a bela Cachoeira de Santa Maria, palco de várias cenas românticas.

La Mamma (2022)

Recentemente, Pirenópolis também foi locação para uma coprodução internacional: o filme ítalo-brasileiro “La Mamma”. Orçado em R$ 3,6 milhões e dirigido pela cineasta Carina Bini, o longa conta a história de uma imigrante italiana de 80 anos que passou metade da sua vida comandando, aos moldes de seus ancestrais, a cozinha de seu restaurante em uma charmosa cidade interiorana de Goiás. Parte do filme foi ambientada também nas cidades de Corumbá de Goiás e Assis, na Itália. A obra cinematográfica mostra a trajetória da protagonista para enfrentar os desafios da velhice, o medo da morte e da falência de seu restaurante. A cidade de Pirenópolis ajudou a compor o registro de um universo feminino que trata da tradição culinária italiana e da relação das pessoas com a comida, entre sabores e afetos.


Todas as flores (2022)

Lançada em outubro do ano passado, “Todas as flores” é uma novela exclusiva para plataformas streaming e uma das produções audiovisuais mais atuais que tem Pirenópolis como cenário. A cidade histórica goiana é o grande palco dos primeiros capítulos da trama assinada pelo autor João Emanuel Carneiro e traz imagens do Centro Histórico, do Parque do Pirineus e da Cachoeira do Abade. Esse cenário de Pirenópolis ajuda a contar parte da história da personagem Maíra, interpretada pela atriz Sophie Charlotte, que nasceu com deficiência visual, foi rejeitada pela mãe e criada pelo pai no interior de Goiás.

Foto de capa: Sergio Marone e Fernanda Rodrigues em Estrela-Guia. Marcela Haddad/Globo. — Foto: Globo