Gastronomia e vinhos especiais marcam experiências únicas
Engana-se quem pensa que Pirenópolis faz sucesso apenas por conta de suas cachoeiras e belezas naturais. Os grandes eventos e festivais que vêm acontecendo na cidade também têm atraído turistas das mais diferentes regiões do estado e até do país. E este não é um mérito exclusivo do consagrado Canto da Primavera, como muitos podem pensar. Afinal, Pirenópolis também vem se consolidando como um destino turístico gastronômico.
Prova disso é que, somente no mês de agosto, a cidade foi palco para dois eventos de gastronomia: o Piri Gastrô, que reuniu 25 restaurantes, os melhores chefs e comidas variadas e de qualidade com preço acessível; e o Festival Cozinha Raiz, que contou com a participação de mais de 40 chefs de diferentes partes do país em uma programação que celebrou, resgatou e difundiu a diversidade cozinha regional brasileira.
Além dos eventos, a cidade tem representantes das culinárias local, regional e internacional, mas este apelo gastronômico não se restringe aos restaurantes do centro histórico. As pousadas de Pirenópolis também têm contribuído diretamente neste quesito ao oferecerem experiências gastronômicas únicas. Algumas, inclusive, já vêm inovando com experimentos propriamente pensados para os fãs de gastronomia.
É o caso das estâncias Shambala Piri e Moriá Village, que garantem uma experiência a mais para os hóspedes que não abrem mão de preparar suas próprias refeições e usufruírem ao máximo da estadia. Além de disponibilizarem toda estrutura necessária para tal, as pousadas contam com itens que fazem a diferença tanto na cozinha rústica quanto na contemporânea, como fogão a lenha, frutas e hortaliças que podem ser colhidas diretamente no pé, churrasqueira, fogueira, facas de corte, louças especiais e muito mais.
Experiências gastronômicas
Diego Gebrim, chef dos renomados restaurantes brasilienses Verona Ristorante e Dom Fernando Restaurante Rural, teve a chance de viver essa experiência de estadia no Moriá Village e recomenda de olhos fechados. “É uma experiência única, que une a gastronomia e o conforto da hospedagem e permite elaborar tanto pratos sofisticados, como pratos simples, que dão sabor ao momento. Você consegue ter o visual da natureza e, ao mesmo tempo, esse prazer de cozinhar e tomar um vinho. Não é só um chef de cozinha que consegue ter uma experiência dessa. É para amadores, para quem está iniciando e para quem apenas aprecia a gastronomia”, destaca.
Ele inclusive sugere algumas opções de preparo para quem for se hospedar por lá. Para as cabanas do Moriá Village, que contam com fogão de indução, massas, risotos e outras comidas rápidas são uma boa pedida, além de entradas como bruschetta, em que o pão pode ser tostado na torradeira, enquanto o tomate e o alho são finalizados também no fogão de indução, que é mais potente e rápido do que o convencional. Outras sugestões são marshmallow, milho, batata e batata doce assados na fogueira e proteínas e/ou legumes na churrasqueira, para finalização de pratos, como a batata ao murro, receita em que as batatas são cozidas, amassadas e depois assadas, ficando macias por dentro e crocantes por fora.
Já na Shambala Piri, a proposta é se apoderar do fogão à lenha e investir em caldos, molhos e outros pratos de preparo lento. Conforme destaca Diego, além de remeter à cultura do interior, o fogão à lenha dá um sabor específico para a comida, graças ao toque de defumação. Ele também chama a atenção para a possibilidade de trabalhar com alimentos frescos, como as hortaliças e frutas que podem ser colhidas diretamente do pé. “É um prazer ter insumos de qualidade no preparo, na verdade é um privilégio que o cerrado nos oferece. Você consegue enriquecer o sabor do seu prato e é isso é muito importante pra quem gosta de cozinhar”, lembra.
Vinho harmonizam com ocasião
E para a experiência ficar ainda mais completa, cada acomodação, ocasião e comida pedem um vinho especial. Considerando o ambiente do Shambala Piri, que é mais voltado para a família, por exemplo, o sommelier e empresário José Filho Anjos indica o consumo de vinhos mais leves e fáceis de degustar, como brancos, rosados e também espumantes. Por outro lado, para o cair da noite, ele sugere um malbec argentino ou um carbenet suavignon chileno, opções de boa estrutura, mas não muito tânicos.
Para eternizar o momento dos casais nas cabanas do Moriá Village, José Filho recomenda um espumante rosé ou brut, acompanhado de entradas e petiscos como queijos, frios e embutidos. Este também é o tipo de vinho mais indicado por ele para curtir a vista privilegiada do rooftop, apreciar o pôr do sol ou até mesmo relaxar no spa. Uma sugestão é o Bossa Prosecco, uma opção leve, fresca, com acidez equilibrada, textura cremosa e final persistente, que traz aromas de frutas cítricas e brancas, como abacaxi e pera, com notas florais.
Já para apreciar o céu estrelado, os vinhos tintos macios e os frutados são uma excelente companhia, enquanto o vinho estruturado e com bom corpo já é mais indicado para curtir a fogueira. “O cair da noite mais fresco vai favorecer essa experiência e aquecer os casais”, destaca José Filho. O sommelier também faz outras propostas de harmonização, como uma burrata ou um peixe branco com chardonet, que é um vinho mais amanteigado; um risoto acompanhado de um vinho italiano de uva sangiovese; ou um salmão com vinho rosé.
E para quem prefere pratos com mais sustância, José Filho conta que até mesmo a feijoada e o churrasco podem ser combinados com vinho. O ideal é que você pegue um vinho mais ácido e leve, que pode ser um espumante brut ou rosé ou até mesmo o lambrusco, um vinho frisante da Emilia-Romana, na Itália, que tem uma acidez e um residual de açúcar interessante que vai contrapor com o salgado da feijoada. E, no caso das carnes, se for um churrasco durante o dia, dê preferências para vinhos mais leves, tintos, mas com boa estrutura, sem muito tanino”, explica.