6 manifestações religiosas e culturais que você precisa conhecer
Engana-se quem pensa que Pirenópolis atrai turistas somente por conta de suas cachoeiras e belezas naturais. A cidade tombada como patrimônio histórico também é rica em história e cultura e conta com preciosidades que vão além de museus, igrejas e casarões. Como, por exemplo, suas manifestações religiosas, culturais e folclóricas, que são conhecidas a nível nacional e até mesmo internacionalmente. Manifestações essas que, além de mobilizar a população pirenopolina, ainda atrai multidões, não só dos municípios vizinhos, mas de várias partes do país e quiçá do mundo. Confira, a seguir, seis emblemáticas festividades e representações que já são tradição na região.
1- Festa do Morro
Uma das importantes manifestações culturais e religiosas de Pirenópolis é a Festa do Morro, que há 96 anos atrai moradores da cidade e dos arredores para a Serra dos Pirineus. Acontece sempre no mês de julho, no período da lua cheia, entretanto, os preparativos começam ainda em novembro, com a realização de terços mensais. A festa, que surgiu a partir da Romaria em Louvor à Santíssima Trindade, é marcada por acampamentos no Pico dos Pirineus, que começam dias antes, além de uma procissão, que sai da cidade e percorre cerca de 20 quilômetros de subida, e missas solenes. A contemplação do pôr do sol, do nascer da lua e da bela paisagem formada pelos três picos, que alguns dizem simbolizar o Pai, o Filho e o Espírito Santo, é outro chamariz do evento, que hoje é considerado um dos principais do calendário turístico local.
2- Festa da Capela do Rio do Peixe
Há quem conheça Capela do Rio do Peixe como o local em que nasceu o cantor sertanejo Zezé Di Camargo ou até mesmo onde foram gravadas cenas do filme “2 Filhos de Francisco”. Mas a verdade é que este povoado pirenopolino atrai, anualmente, mais de cinco mil visitantes por outro motivo: sua tradicional festa em louvor à Nossa Senhora Sant’Ana, padroeira do distrito. O festejo, que também acontece no mês de julho, desde a metade do século XVIII, dura cerca de dez dias e é marcado por uma procissão que sai de Pirenópolis e percorre quase 40 km, além de rezas, missas, leilões, queima de fogos e fogueiras, levantamento de mastro, barraquinhas e até mesmo acampamentos improvisados, tendo em vista que a região abriga menos de 500 habitantes.
3- Festa do Doce de Lagolândia
Lagolândia, outro distrito pirenopolino, também é palco para uma importante manifestação histórica, religiosa e até gastronômica: o festejo em homenagem ao Divino Espírito Santo, Nossa Senhora do Rosário e São Benedito, que também é conhecido como Festa do Doce. Isso porque, além de missas, rezas, terços cantados e visitas à casa da líder messiânica Benedita Cipriano Gomes, mais conhecida como Santa Dica, toneladas de doces são servidas na ocasião. Figo, leite, mamão, goiaba e queijo são algumas das variedades que compõem o vasto cardápio. Mas o que mais impressiona é o espírito de fraternidade. É a própria comunidade que doa os ingredientes, produz e distribui, gratuitamente, os doces, que começam a ser preparados cerca de um mês antes, logo após a folia de São João.
4- Festa do Divino Espírito Santo
Não podemos esquecer de mencionar também a Festa do Divino Espírito Santo, manifestação religiosa e cultural que acabou de acontecer em Pirenópolis e reuniu cerca de 30 mil visitantes na cidade. Considerada uma das festas populares mais tradicionais do Estado de Goiás e a maior de Pirenópolis, acontece anualmente há 205 anos e já foi até registrada pelo Iphan como Patrimônio Cultural Imaterial Brasileiro. Novenas, missas, procissões, folias, alvoradas, queima de fogos, apresentações folclóricas e outros rituais marcam a celebração, que acontece sempre 50 dias após a Páscoa, no período conhecido como Pentecostes.
5- Cavalhadas de Pirenópolis
Apesar de integrar a Festa do Divino Espírito Santo, as Cavalhadas de Pirenópolis é um espetáculo à parte. Não é à toa que chega a ser considerada uma das mais expressivas do país e, inclusive, modelo para outras cidades. Esta dramática representação da batalha entre os mouros e os cristãos é baseada na tradição européia da Idade Média e foi introduzida em Pirenópolis há 197 anos. São três dias de encenações marcadas por uma série de rituais, como o recolhimento da tropa e a evocação ao Divino, além de apresentações folclóricas, coreografias equestres, diálogos e torneios, onde os cavaleiros se apresentam com exuberantes trajes e até mesmo os cavalos são ornamentados.
6- Mascarados
Os Mascarados é outra famosa manifestação folclórica de Pirenópolis que também acontece anualmente e figura entre as principais atrações da Festa do Divino Espírito Santo. Também conhecidos como "curucucús", por causa do som que emitem, eles aparecem pelas ruas da cidade, à galope em seus cavalos enfeitados ou até mesmo a pé, geralmente com máscaras de cabeça de boi, de onça e de homem, corpo todo coberto com trajes coloridos e vozes disfarçadas, divertindo a população. Enquanto os cavaleiros mouros e cristãos simbolizam a elite e o poder e têm diretrizes a serem seguidas, os mascarados representam o povo e têm total liberdade para se expressarem. Pedir dinheiro ou bebida, fazer algazarras e até mesmo protestar são práticas comuns dessas figuras, que fazem de tudo para não serem reconhecidas.
Fotos: divulgação/internet