Nomes que eternizam Pirenópolis em sua arte

Nomes que eternizam Pirenópolis em sua arte

Quem caminha pelas ruas históricas de Pirenópolis, percebe logo que a cidade emana arte, e isso não é por acaso. Considerada o berço da cultura goiana, a cidade abriga inúmeros estúdios e casas de artistas que nasceram, viveram ou simplesmente se instalaram ali e fizeram da famosa Piri a principal fonte de inspiração para suas criações.
São pintores, artesãos e escultores, alguns de renome nacional e internacional, que retratam as belezas naturais, a cultura, a história, o folclore, personagens e o modo de vida local em seu trabalho. Conheça, a seguir, cinco consagrados nomes das artes plásticas que imprimiram em suas obras o que Pirenópolis tem de melhor.

Pérsio Forzani

Considerado um dos maiores artistas plásticos do estado de Goiás e um dos mais ilustres representantes de Pirenópolis, Pérsio Forzani é um artista plástico autodidata reconhecido e premiado mundialmente. Sua trajetória artística começou aos 8 anos de idade, quando fazia pinturas com carvão na calçada, mesmo em posição de quatro apoios, em virtude de um problema no nervo da perna que o impedia de andar. Depois passou para os desenhos a lápis no caderno e aprimorou-se na pintura à óleo, técnica em que se consagrou com seu traço meticuloso.
Natural de Pirenópolis, ele soma mais de 3 mil trabalhos, que além de retratar as igrejas, os becos, os casarões pirenopolinos e a vida cotidiana da cidade reverenciam o folclore local. Algumas de suas obras inclusive ilustram livros de grandes nomes da literatura goiana, como José Mendonça Teles. Forzani faleceu em dezembro de 2021, aos 90 anos de idade.

Mirim Santos

Se você já passou alguma vez pela Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário aos finais de semana, muito provavelmente, deve ter visto Mirim Santos por lá com seus nanquins e aquarelas. Segundo os próprios moradores, ele é o maior e mais antigo monumento histórico de Goiás. Com seu estúdio montado ao ar livre, o artista é pioneiro em Pirenópolis em fazer seus trabalhos na rua, bem diante dos visitantes da cidade.
Bico de pena, aguada de nanquim e aquarela são algumas das técnicas utilizadas por Mirim. Natural de Ouro Preto (MG), ele chegou em Pirenópolis no ano de 1997 para trabalhar na restauração da Igreja Matriz, e nunca mais deixou Piri. Além de artista plástico, também é contramestre de capoeira, músico percussionista e desenvolve diversos projetos sociais na cidade, no qual ensina para crianças da comunidade capoeira, pintura e batucada de percussão.

Alex Botega


Alex Botega é nada mais nada menos do que o criador das famosas esculturas dos mascarados que compõem o espetáculo das Cavalhadas de Pirenópolis. Ele também assina as esculturas das namoradeiras que embelezam janelas e os mais diversos pontos do centro histórico de Pirenópolis. Natural de Itapaci (GO), Botega é artista com formação acadêmica e, atualmente, mantém um ateliê na cidade.

O artista conta, inclusive, que aprendeu algumas técnicas com as paneleiras de Pirenópolis, entre elas dona Geralda. Sua arte é inspirada nos costumes, na cultura e na arte popular goiana. Suas peças são produzidas de forma primitiva, com cores fortes e vibrantes e traços que lembram o modernismo de nomes como Cândido Portinari e Tarsila do Amaral.

Além da anatomia e essência feminina, o ceramista também retrata carros de boi, figuras populares e personagens de seu imaginário. Tudo com muita beleza, simplicidade e alegria. Em 2007, Botega chegou a representar a Arte Popular Brasileira na Embaixada do Brasil em Manágua, na Nicarágua.

Zé Inácio Santeiro

José Inácio Nascimento, mais conhecido como Zé Inácio Santeiro, é outro artista autodidata natural de Pirenópolis. Além de pintor reconhecido internacionalmente, é escultor de obras sacras e profanas. Seus trabalhos retratam a cultura, o folclore e a religiosidade pirenopolina, a natureza do Cerrado, entre outros temas sociais e bíblicos, sempre lançando mão de cores vibrantes, formas vigorosas, com muita expressividade e abordagens polêmicas.
Acredita-se que sua iniciação artística foi por volta dos cinco anos de idade, com um desenho do Divino Espírito Santo, mas somente aos 18 anos é que começou de fato a comercializar sua arte. Sua infância marcada pela convivência com os mais velhos e com as tradições religiosas rurais é, inclusive, uma de suas grandes inspirações. Vale destacar que a representatividade de sua arte em Pirenópolis é tão grande que algumas de suas artes já chegaram a estampar cartazes de divulgação de diferentes edições da Festa do Divino Espírito Santo. A vida de Zé Inácio Santeiro também já foi contada em filme.

Jota Clavijo

Artesão e artista plástico autodidata, Jota Clavijo começou sua carreira artística no fim dos anos 60. Madeira, couro, escultura, gravura, desenho, tinta, cerâmica e prata são alguns dos materiais utilizados por Clavijo em suas artes. Não é à toa que a versatilidade é uma das características mais marcantes do uruguaio.
Apesar de ter nascido em Punta del Este, estudou Gravura e Escultura em Ouro Preto (MG) e já passou por diversos países da América Latina, Europa, África e Oriente, onde realizou pesquisas no campo artístico e também expôs sua arte. Alguns de seus trabalhos, inclusive, seguem em exibição em locais como Japão, França, Suíça, Alemanha e muito mais.
Radicado em Pirenópolis desde 1981, o artista uruguaio foi participante ativo da Oficina Coletiva do Atelier Terra Nostra, principal impulsor do artesanato em prata da região. Atualmente, ainda promove um trabalho de educação ecológica e preservação do cerrado na região e expõe, anualmente, em Portugal e Uruguai.

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